sexta-feira, 13 de agosto de 2010

TIO BETH

Mágico Beth - por EMANUEL MESSIAS

... Não, não!
Eu não quero falar do Jogador de Futebol e nem tão pouco do Relojoeiro ou mesmo do Sapateiro Beth.
Não, não quero falar do Advogado Dr. Helberth e muito menos ainda falar do Político de três Legislaturas consecutivas e respeitado em sua cidade, Astolfo Dutra MG bem como em toda a Região da Zona da Mata mineira.
Quero falar sim! Falar do Mágico Beth, professor Marcicano, como gostaria de ser anunciado em suas apresentações.


Com ele aprendi a tirar coelhos da cartola, aprendi arrancar moedas das orelhas das crianças, tirar fitas da boca, colocar água no jornal, etc... Com ele fui espectador assíduo, fui parceiro e além de tudo fui aprendiz da Arte Mágica.




Tive o privilégio de ter um tio que era Mágico, (desejo de toda criança) e mesmo sendo ele um Mágico amador, me incentivou no aprimoramento. Graças a ele, nos anos setenta, pude conhecer Morgado, (o maior expoente da Mágica no Brasil em minha opinião, é claro), e ter conhecimento que na cidade de São Paulo, na Avenida São João, tinha uma casa que vendia aparelhos para Mágicos.

Com ele, aprendi a guardar os segredos da vida, ele foi pra mim o pai que não tive, ele foi meu mestre, foi meu ídolo e além de tudo meu Amigo com “A” maiúsculo. Beth me ensinou a gostar do Charles Chaplin.
No antigo quarto da Sala da casa da Rua Professor Alcântara, nº 14, onde morou muitos anos, antes de ir para Astolfo Dutra, me lembro dele tocando violão e cantando sua canção preferida: E do destino desfolhou.
Do Beth, recebi o primeiro “FP” (acessório mágico), ainda de alumínio; Beth me socorreu várias vezes “nos momentos difíceis da vida em que procurava a saída” e me presenteou com o ouro das minhas alianças. A ele nada de material dei em troca, mas tenho orgulho de falar que Beth além de meu tio é também meu compadre. Depositei nele a fé para batizar meu filho.
Helberth tem qualidades especiais de liderança derivadas de sanção divina, mágica ou apenas de individualidade excepcional. Seu carisma atrai as pessoas que o cercam. Hoje dia 28 de abril de 2007 te vi triste e abatido, quase se entregando... Não era aquele mesmo Beth que há anos vem lutando contra um maldito câncer, vencendo batalhas e desafiando a doença. Ela venceu, mas você Beth não perdeu coisa alguma, você viveu como ninguém, soube cativar as pessoas e ganhar da vida as lições oferecidas.

... 15 h e 03 min. do dia 30 de Abril de 2007. O meu celular toca, era uma chamada vindo de um número confidencial não identificado. Não podia ser o Beth, haja vista que ele havia sido internado na madrugada do mesmo dia em estado crítico. Era o Edinho (seu motorista e mais que tudo, o homem amigo que em todo esse tormento esteve do lado dele) me dando a notícia que o meu tio Beth “descansou”.
No momento foi dura a notícia, mas pensando bem, eu não tenho que celebrar sua morte e sim comemorar sua Vida.

* Crônica escrita no dia do falecimento do meu Tio Bet.

domingo, 18 de julho de 2010

GRUPO AERO - Música: AERO WILLYS



GRUPO AERO - Interpretando seu carro chefe, a música AERO WILLYS no Clube do Remo, em Cataguases MG.

sábado, 17 de julho de 2010

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS




Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas..
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.
‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
(Mário de Andrade)

VISITA AO TÚMULO DE FLÁVIO CAVALCANTI


Flávio Cavalcanti, um dos maiores comunicadores da televisão brasileira. Este vídeo faz parte da Série TÚMULOS idealizada por emanuel messias. grupoaero@terra.com.br

MARCÊ PORENA Canta Dolores Duran


Show gravado ao vivo no Centro Cultural Humberto Mauro em Cataguases -MG em 06/03/2010.
Homenagem a Dolores Duran.
Ficha técnica:
Marcê Porena : Voz
Cristovao Bastos: Piano
Direção Musical e Arranjos: Max Robert
Roteiro: Marcê Porena

sábado, 12 de junho de 2010

DOUTOR LYDIO


DOUTOR LYDIO, uma das mais carismáticas personalidades de Cataguases de todos os tempos.

O saudoso médico Lydio de Almeida Lacerda estaria comemorando 101 anos de vida no dia 1º de junho de 2010. Querido pela população, por quem era chamado de “Médico do povo” e “Pai dos pobres”, realizava os atendimentos em seu consultório, anexo à sua residência localizada na Praça Sandoval Azevedo. Seu carisma marcou tanto a localidade que muitos ainda referem ao Largo do Rosário como “Pracinha do Dr. Lydio”, passando a ser esta uma referência para a população de Cataguases.

Figura popular, era muitas vezes visto jogando dama nos bancos da praça ou em portas de farmácia, andava na garupa da bicicleta do José Joana (velho amigo que com carinho abrigava em sua casa). Dava consulta em plena praça, orientando os pacientes a posteriormente passarem em seu consultório. Especialista em dermatologia e clínica geral desenvolvia na parte da manhã seu trabalho no Hospital de Cataguases. Como médico de família, não tinha horário determinado para atender aos chamados, muitas vezes tendo que atender a pacientes nas imediações rurais do município e, como pagamento, na maioria das vezes, recebia frangos, ovos, patos, queijos, frutas, etc. Sem qualquer distinção, Dr. Lydio aconselhava, orientava, medicava e acompanhava a todos que buscavam sua ajuda. Além de consultas, distribuía remédios às pessoas carentes, a quem carinhosamente chamava de “meus compadres” e “minhas comadres”. Com profundo senso de dever e igual dose de humanismo, ele honrou como poucos o juramento feito ao colar grau como médico.

Seu trabalho conquistou grandes números de admiradores, o que o levou à carreira política, possibilitado com que fosse eleito por três mandatos de vereador com o maior número de votos. Foi Vice-Prefeito por duas candidaturas, durante as primeiras gestões de Rodrigo Lanna (1963 – 1967) e Milton Peixoto (1967 – 1971). Naquela época, as eleições para prefeito e vice eram feitas em chapas separadas, o que fez com que Dr. Lydio recebesse no primeiro pleito 65% dos votos, maior do que o candidato eleito a prefeito, Rodrigo Lanna.

Lembro bem do Dr. Lydio, da sua janela, me dando atestado médico para eu freqüentar a piscina da Praça de Esportes. Numa ocasião em que quebrei o braço (jogando bola), foi ele quem me atendeu. Dr. Lydio era o médico de nossa família. No ano de 1968, quando o Botafogo sagrou-se bi-campeão carioca, ele presenteou todos os meninos do Largo do Rosário, com uma camisa do clube, talvez seja por isso que sou botafoguense...

O médio e político, nasceu na fazenda Bica Preta, no distrito de Aracati, município de Cataguases MG e faleceu em Cataguases no dia 07 de março de 1985 (nesta ocasião eu trabalhava nas Indústrias Matarazzo de Papéis S/A), fiz a minha saída e fui ao seu velório, que ocorreu no Hospital de Cataguases, cujo cortejo fúnebre atraiu uma multidão formada por pessoas das mais diferentes classes sociais. Até hoje (junho/2010), vinte e cinco anos após o seu falecimento, sua imagem continua a fazer parte da memória da população de cataguasense.