sábado, 17 de setembro de 2016

QUE ME PERDOE GARRI KASPAROV


Venho aqui agradecer o meu Amigo Willian Souza por esse presente que com certeza vai enriquecer o nosso Cine Magic Music.
Era início dos anos setenta... Eu estudava no Colégio de Cataguases e me atrevia a ser um Enxadrista. Eu colecionava os recortes dos jornais onde traziam as jogadas de Mecking e comprava os livros da Edições de Ouro para aprender as jogadas e as melhores distribuições das peças no tabuleiro. Eu queria ser um campeão de Xadrez.
Veio então os jogos estudantis de Cataguases e como não poderia deixar de ser, me tornei um Campeão, que me perdoe Kasparov. Outros torneios vieram, outras vitórias e muitas derrotas, empate até que não me lembro... Saía de Cataguases nos fins de semana para ir em Leopoldina, Carangola e Juiz de Fora em busca de parceiros para jogar. Chegou então a era dos Video Games... Comprei um Atari e uma fita que tinha o Chess Game e ficava ali jogando junto a televisão Colorado que tinha no meu quarto.
Ao entrar para a Indústrias Matarazzo de Papéis em 1984 comecei a participar dos torneios industriais mas ali nunca fui um campeão, embora meu primeiro nome é de um campeão, mas o meu sobrenome não é Lasker, "me refiro aqui a Emanuel Lasker, um grande enxadrista e matemático alemão".
O tempo não pára, não envelhece mas meu tempo ficou curto e eu envelheci. Parei de praticar o mais mais o brilhante dos jogos de estratégias e táticas e levei um Xeque Mate de mim mesmo. Mas esse Rei que existe dentro de mim, não está caído no tabuleiro entre as 64 casas divididas de forma igual e alternadas entre claras e escuras e muito menos entre os Cavalos, Bispos e Peões, ele está sim deitado num sono profundo e quem sabe um dia se levante para mais um lance.