sábado, 21 de maio de 2011

DIRIGINDO COM OLHOS VENDADOS EM VIÇOSA MG

O Evento aconteceu no final de 2010, mas somente agora, em maio de 2011 é que as imagens foram liberadas.

domingo, 15 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

VISITA AO TÚMULO DA CANTORA CARMEN MIRANDA

Uma ida ao Rio, uma passeio pelo Cemitério São João Batista e uma visita ao Túmulo da Pequena Notável

PERDEMOS WALBINHO


Por Emanuel Messias
Colaboração: Eduardo Henriques & Agenor Andrade

"...A hora do encontro é também despedida a plataforma desta estação, é a vida".

(Milton Nascimento e Fernando Brant)

A frase acima me lembra o meu último encontro com Walbinho. Foi no 1º Sarau de Juiz de Fora MG, organizado pelo Eduardo Henriques, na AABB de Juiz de Fora no mês de Março/2011.

Walbinho sofreu um infarto que o levou à coma, não resistindo, faleceu em 08/05/2001 em Juiz de Fora MG e foi sepultado em Cataguases, no Cemitério Municipal, com presença de vários amigos.

Walber Ribeiro Lobo. Nascido em Recreio MG, viveu a maior parte de sua vida em Cataguases e depois em Juiz de Fora. Associado da AABB-JF, o Walbinho era uma daquelas pessoas que vieram ao mundo para lhe fazer feliz, agregar, fazer você rir de chorar com a sua originalidade e autenticidade. Ex-funcionário da extinta TELEMIG fez muitos amigos dentro e fora da empresa. Seu esporte favorito era o futebol (Botafoguense, como eu), que jogou com maestria durante muitos anos. Era Músico (Baterista e Percussionista) tocou muitos anos em Cataguases com diversos músicos, entre eles: Trio 3 em 1 (Agenor, Zi, Morel e Mário Pepé) e posteriormente com Cabral; depois partiu para Juiz de Fora e foi percussionista do Grupo Momentos Show.

Tinha um show previsto para o dia 13 de maio em sua cidade natal (Recreio) num baile organizado por ele mesmo para o qual ele tinha uma grande expectativa, pois era a primeira vez que se apresentaria lá.

O destino não quis assim. Quem conheceu o Walbinho, nem que seja um pouquinho, sabe o quanto perdemos aqui em baixo e o quanto o céu vai ganhar lá em cima recebendo essa pessoa inigualável e amiga.

Walbinho estava programado para vir ao show de aniversário de 30 anos e lançamento do CD do GRUPO AERO, mas devido seu estado de saúde, não pode comparecer. Lembro que ele chegou pra mim e disse: Emanuel, o Agenor disse que é pra ver com você: Como faço pra poder ir ao Show do Aero? ele disse que todas as mesas já estão vendidas, e aí?

Eu disse: Seu lugar tá garantido. Pode ir sem ingresso.

Descanse em paz amigo.

Emanuel Messias, Walbinho, Chiquinho, Agenor e Marcelo Carrara (1ºSarau JF 03/2011)


Grupo Aero com a participação especial de Walbinho, com o seu Cajon - 1º Sarau de Juiz de Fora

sábado, 7 de maio de 2011

A NOITE DO GRUPO AERO FELIZ



Por Emanuel Messias

Tudo começou no dia 29 de abril na entrevista no Programa Revista do Rádio, do jornalista Jorge Fábio, na Rádio Cataguases. Festa geral, alegria!!
O Grupo Aero sorteou entre os ouvintes alguns convites para o Show dos seus 30 anos e também alguns cd’s. O telefone da rádio não parou de tocar.

Findando a entrevista, era hora de eu ir para casa, tinha que tomar meu banho e me preparar para receber nossos dois primeiros convidados. Às 22:00h no Salão de Festas do Bevile Hotel, em Cataguases, acontecia o 47º Sarau, uma largada para o lançamento do CD volume 2 do Grupo Aero que iria acontecer na noite do dia seguinte.

O Salão ficou repleto de convidados. Vários artistas locais se apresentaram. Confesso que fiquei feliz em reencontrar nossa parceira de tantas canções, a Márcia, agora Bonfate. E eis que de repente, não mais que de repente, surgem os nossos primeiros convidados para o nosso grande dia, digo: nossa grande noite, Gilson e Joran (Autores da antológica música Casinha Branca); o relógio já passava das 23:00h.
Eles não se pouparam, deram a maior canja ao lado do Grupo Aero e em seguida lembraram seus grandes sucessos. Os presentes não estavam ainda acreditando naquilo que estavam vendo. Dois grandes artistas, de fama nacional, ali, juntinho com a gente numa simplicidade de dar inveja!


O Sarau terminou por volta das 2:00h da madrugada, mas só consegui sair do Bevile às 3:00h. Tinha que dormir um pouco porque o sábado ia ser pequeno.

O dia amanheceu cantando, até o Sol brilhou mais cedo. Era o dia 30 de abril, 30 anos do GRUPO AERO.
Já bem cedinho tive que ir ao escritório para acertar os últimos detalhes do repertório do show e dos textos para o evento. Às 9:00h estava eu lá no Clube do Remo junto com o Altamir (artista plástico) que estava pintando o nosso painel. Às 10:00h estava eu subindo o Calçadão com Gilson e Joran para ir à Rádio Mais FM, para participar ao vivo do Programa RODA VIVA do Gomes. Lá estavam nos esperando o Chiquinho e o Renato. A entrevista começou. Outros ingressos e cd’s foram distribuídos. Nessa altura já estava ansioso, aguardando a chegada do Maestro Sérgio Sá (Paul Bryan), o nosso convidado especial. Eis que recebo o telefonema do Rafa dizendo que havia chegado com o maestro (vindo do Aeroporto de Juiz de Fora) e que estavam a caminho da rádio. A minha emoção aumentava. Sérgio chegou e fez parte da mesa de entrevista. Depois da entrevista, hora do almoço. O Restaurante Taramela foi o escolhido. Lá, juntamente com Chico, Rafa, João Paulo meu filho e os nossos três convidados, estava eu empolgado, tirando fotografias, ouvindo histórias do mundo artístico etc.


13:30h: hora de voltar ao Clube para encontrar com o Agenor (que já estava lá!) para acertarmos os últimos detalhes do show (posicionamento de mesas, cadeiras e passagem do som). O tempo voava, preocupavam-me os afazeres prévios – passagem de som, mesas etc – que deveriam ser resolvido até as 16:00h, hora da passagem do som. O relógio bateu 14:45h, hora de despedir e embarcar Joran que teria que estar no Rio de Janeiro, para cumprir alguns compromissos. Não ficaria para o show. Chiquinho cumpriu a tarefa. 16:00h e todos estavam lá. Mão na massa e por volta das 17:00h tudo estava na mais perfeita ordem. Conversa daqui, conversa dali, era hora de ir para casa, pois eu aguardava um casal de amigos que estava chegando de Itabirito MG. Às 19:30h recebi em minha casa os nossos convidados para um jantar. Às 21:00h fomos para o clube. Sabia e acreditava que seria a noite do Grupo Aero feliz.
As portas do clube foram abertas às 21:45h e aos poucos as dependências do salão foram sendo tomadas. As 126 mesas disponíveis já estavam comprometidas. Pessoas ligavam para o clube perguntando se ainda tinha mesa, outros iam à porta do clube... Alguns paravam de carro e perguntavam o que estava acontecendo?


Às 22:00h o apresentador oficial Tarcísio Carvalho, deu as boas vindas aos presentes, faz seu pronunciamento e anuncia o Vídeo que seria mostrado no telão. Uma retrospectiva dos 30 anos do Grupo Aero... e em seguida o Grupo Aero foi chamado ao palco.
Entramos no palco com três músicos contratados: Nelinho (bateria), Tim Lodron (Contrabaixo) e Renato Batista (Violão) e com um convidado, para mim mais do que especial, o meu filho João Paulo, que gravou e fez o solo na primeira canção da noite Atlântico Sul, em homenagem ao saudoso Ronaldo de Melo.

Na segunda canção houve uma performance dos dançarinos Maria Teily & Jorge ao som da canção, Uma noite no bordel.

O show corria solto. Estávamos à vontade e com uma responsabilidade de fazer o melhor, até que com muita satisfação, honra e emoção chamei ao palco Gilson que junto com a gente e com todos os presentes, cantou Casinha Branca. ... Não precisava de mais nada. O show poderia terminar ali, naquele momento, mas muita coisa ainda estava por vir. Fomos então para um pequeno intervalo. Nesse momento o Gilson mostrou um pouco de suas composições.

O clima estava quente em ambos os sentidos e resolvemos tirar nossos paletós. Voltamos e lá estava àquela platéia nos aguardando. A segunda parte do show é iniciada. Convidamos então o Djê, um ex-integrante do Grupo para cantar uma de nossas canções Hipotecaram o Brasil que fizemos uma mixagem com a Quem te viu, quem te vê do Chico Buarque... não houve quem não cantasse.... Homenageamos ainda Chico Franco com autor da música Tempo de Infância que está no nosso disco e relembramos o Paulo Santos com dois grandes sucessos do carnaval de Cataguases de todos os tempos, Adeus Praça Rui Barbosa e Praça do Urubu. O show estava chegando ao fim, falamos então do Sambulante e agradecemos ao Pequeno pela pérola que nos presenteou: Sambulando.

Agradecemos aos presentes, mas não era só isso.
Voltamos para o bis e sabe qual era a canção? – Aero Willys, a música carro chefe do grupo. Aí o bicho pegou, pois nessa altura não existia mais ordem nas mesas. De quem mesmo que era aquela cadeira? Posso ficar aqui? Muitos vieram para frente do palco e cantou com o Grupo, mas como tudo que é bom dura pouco, a música depois dos seus quatro minutos chega ao fim e vem o pedido de mais uma, mais uma... Tínhamos preparado a famosa Skylab, e agradecemos aos presentes com a nossa gratidão de todo o coração.

... Mas será que tinha algo mais? Tinha sim.
Convidamos ao Palco o Maestro, Compositor, Produtor Musical e Escritor Sérgio Sá, que delirou todos os presentes.

...Convidou o Gilson para um bis de Casinha Branca e se eu for descrever sobre sua apresentação eu não encerro esse texto.

terça-feira, 3 de maio de 2011

NAS TRILHAS DO AERO WILLYS


por: Vanderlei Pequeno (29/04/2011)
O texto está completo e vale a pena ler.

Os ainda rapazes do Grupo Aero acabam de chegar de viagem no tempo e sobraçando mais um disco. O novo CD de 14 faixas apresenta em sua capa, criada pelo designer Dounê Spínola, o famigerado Aerowillys deslizando impune por uma estrada de asfalto “a oitenta por hora”. O lançamento oficial do trabalho vai marcar os 30 anos de união desses rapazes, no próximo abril.



Começando a caminhada em 1981, o então Grupo Aerowillys radicalizou, enveredando-se pelos caminhos da emepebê, com foco na música regional. Entusiasmados com as primeiras notas e aparições, estavam lá no ponto zero: Emanuel Messias, Agenor Ladeira, Rafael, Chiquinho, Djê, Osmar e Luiz Paulo. Não havia quermesse, exposição ou festejo popular completo e gostoso sem a presença do Aero. Era uma alternativa boa ao ambiente de lixo musical americano, imposto na alienação dos embalos de sábado à noite.



Os grupo divertido e musical surgiu como resistência cultural à invasão ianque, ocupando o espaço artístico nos dias e noites de nossa urbe. O violão, os rústicos instrumentos de percussão, somados à “sanfona” de Agenor Andrade tomavam-nos de emoção. Havia algo de inédito nesse “Movimento Aero”: a veiculação de canções próprias do grupo, entre um e outro sucesso já consolidados nacionalmente, nas vozes de Alceu Valença, Elba Ramalho, Fagner, Zé Ramalho, Luiz Gonzaga, entre outros. Sim, porque essa prática motivou outros compositores e grupos musicais da década de 1980 a ocupar também o palco com suas criações. É fácil lembrar nomes: José Carlos (Pom Pom), Grupo Lance, Hércules Mota, José Vecchi, Careca, Ronaldo de Melo. Quem não conhece a música dessa gente perdeu o compasso e o tempo da nossa cultura. (sem trocadilho).



A carreira do grupo é longa e substantiva. Não é minha intenção, neste momento, escrever sobre a sua trajetória de sucesso. O que importa agora é tratarmos do segundo CD, que já circula pela cidade, antes mesmo do lançamento oficial, consequência natural da ansiedade em tornar público o trabalho e, ao mesmo tempo, prover o custeio do show especial, que acontece no início de 2011, no Clube do Remo.



Algumas faixas são de composições que nós, os fãs da banda, já conhecíamos, mas não tínhamos ouvido editadas em mídia. A histórica e romântica balada Atlântico Sul, um canto de amor às Ilhas Malvinas que, no início da década de oitenta do século passado, era reivindicada - e com razão – pelos Argentinos, dá a largada musical do disco. Os ingleses mantiveram a posse da ilha usurpada dos hermanos, mas em Cataguases, longe do atlântico Sul, surgiu e continua acesa a chama de protesto, em nossos espíritos e na voz dos rapazes do Aero: “Ela é uma ilha bela, nome não me importa, foi meu grande amor”. O autor da canção, Ronaldo de Melo, merece uma matéria especial e a nossa reverência. Foi, sem dúvida, uma das raridades criativas de nossa cidade.



Ainda na década de 1980, José Vecchi compõe Adeus, Adeus, canção que encerra em si uma contundente denúncia da poluição do Rio Pomba. Um licor negro, despejado de forma deliberada por uma empresa, tomava o seu curso, negando ali a existência de vida aquática. Era a sanha capitalista e arrecadadora, sem limites, transformando o Pomba em Urubu para comer “a carne dos bichos”. Visionário, José Vecchi cantou um absurdo que viria a desaguar (outra vez, sem trocadilho) em um desastre ecológico de repercussão internacional: o derrame da lixívia, decorrente do estouro de uma barragem existente em nossa cidade. A música que começa com uma inteligente e significativa metáfora (Pomba virou urubu), segue ladainha denunciando o extermínio dos peixes (símbolo bíblico de alimento/vida), até o último lamento, passando pela extinção da beleza do rio de nossas vidas - o mesmo que povoou o imaginário de nossos poetas Ronaldo Werneck, Chico Cabral, Ronaldo Cagiano e até mesmo de Cecília Meireles(Cataguases! Cataguases!/ Um barco no Rio Pomba/ e uma menina que pesca/nas águas a própria sombra.), mas naquele momento nos confrangia e sufocava: “Hoje não tem piracema/praquelas bandas do rio/e o pomba que foi poema/hoje me causa arrepios de medo.”



Alto lá, não só de desalentos vive a obra do Aero. Agenor Ladeira compôs e canta a doce Reggae brega de Amor (nem tanto reggae assim) e a poética Estrela Guia, esta em parceria com Cláudio Abritta; o nosso terno Chico Monteiro, junto com o compositor carioca, Sérgio Sá, emprestam à voz de Rafael a existencial e filosófica “Cuidado”; Chico Franco cede o samba Tempo de Infância, imprimindo no disco um misto de alegria e apelo de saudade. De sua lavra, também o dolente samba Tributo a um Sambista.



Outras canções enriquecem o trabalho, inclusive a Aerowillys 2, que não é melhor que a primeira, mas pereniza em nós a imagem de um carro velho e problemático (sucata ambulante) produzindo significados de canções, momentos e cultura popular. No ano do centenário do Poeta da Vila, nossos rapazes do Aero vem “tangendo um samba”, numa Apologia a Noel; fiel ao estilo nordestino, o grupo gravou o xote José Joana, de Emanuel Messias e Cristóvão; Chico Lins e o professor Nízio Major entram no trabalho com Trilhas de Minas (Tambores um dia irão festejar a água/ que nasce na fonte dos olhos/ que trilha entre pedras e vai sempre em frente/ querendo chegar algum dia ao mar.) e a Esse é o meu Lugar com delicioso refrão, regado a broa de milho e café com leite. Na faixa 12, Agenor Andrade destila humor e desopila o fígado, no Choro do Empréstimo (Troco ao sogro),um contundente acerto de contas com o passado... “com certeza”.



Abro o parágrafo para confessar a satisfação de ver, fechando o trabalho, uma canção de minha autoria. Trata-se de uma simples marcha, homenagem a um tempo em que “sambulávamos” e vibrávamos com Marcha do Urubu (Doutor Malvado) pelas ruas de Cataguases. O Sambulante, o nosso Trio elétrico, equipado com várias cornetas, alimentadas por um cavaquinho, um contrabaixo e pela consagrada e calorosa voz de Elisa Nunes, fazia a felicidade geral de nossa gente. Na parte de baixo do “caminhão”, esquentava o couro a excelente cozinha, comandada por Roosevelt Pires e “infernizada” por Floriano, Zé Luiz Portela e tantos outros bambas do ritmo. Sambulando é o nome da canção e busca reconstituir aquele ambiente de nosso carnaval - uma festa modesta, mas que permitia a pobres, ricos, pretos e brancos, o acesso ao cordão popular. (Fazer o seu carnaval/ acho é natural e nada contraria/ Meu sonho fenomenal/ Você é minha fantasia).


Obrigado pela contribuição, Grupo Aero, e até amanhã ...e com a Casa cheia!