domingo, 21 de dezembro de 2014

SONHO DE NATAL

Minha casa era modesta, assoalhada e de telhas. Banheiro no quintal e um fogão de lenha com chaminé (eu pensava que papai descia por ali)...

Muitas roupas no varal e atrás da porta de tramela, uma ferradura e uma figa de marfim e lá no fundo da cozinha de cimento, em cima da talha d’água de barro, um Fogão Jacaré que eu nunca vi funcionar.

Na parede azul da sala de visitas da Rua Professor Alcântara um Cristo de braços abertos... uma Folhinha e uma foto do Dick Farney...

A casa era assim ou quase e já não está mais lá, mas está dentro de minhas lembranças.
Tinha eu 4 anos de idade quando me sentaram em cima da cristaleira para ser fotografado perto de uma árvore de natal.

Na minha cabeça passava um mundo de cores, de músicas, magia e principalmente de emoção, aguardando a chegada do Papai Noel (Sr. Nivaldo) que trazia aquele saco cheio de balas para distribuir na Pracinha do Dr. Lydio para os meninos do lugar.
Não existiam os clarões dos led’s que hoje ilumina a cidade, mas a luz própria de cada olhar, a compaixão e a solidariedade enchiam de sons o Espírito Natalino.

O tempo passa...
Comigo os dias normalmente cumprem sua função, entre papéis, cinema, mágicas, amor e um violão... mas quando chega dezembro, vem as confraternizações e aí eu me lembro de você que havia esquecido desde o dia 26 de dezembro do ano passado e essa lembrança me agiganta, me faz conter o tempo e põe o mundo inteiro em minhas mãos.

"Então é Natal, é ano bom.
Vários sinais nos céus em uma data muito especial, e tem várias crianças brincando aqui no meu quintal.
Tudo de mais... tudo de bom.
Todos comigo e nada de solidão.
Meus versos são originais para te dizer e recomeçar outra canção".

• Que me perdoe Stevie Wonder, por adentrar em sua obra.

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