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FRETE A COMBINAR.
NO CINEMA: O Cineasta amador e suas paixões cinematográfias; NA MÁGICA: O incrível é possível, o inimaginável é imaginável e é claro: o impossível não só é possível, mas provável; NA MÚSICA: Grupo Aero.
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FRETE A COMBINAR.
José Célio – Uma Voz Marcante
Natural de Rodeiro, José Célio conquistou
seu espaço na música e brilhou em toda a região, além de levar sua arte aos
estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Sua trajetória
começou nos programas de calouros, onde frequentemente alcançava o primeiro
lugar, mostrando desde cedo seu talento inegável.
A música "Boneca Cobiçada", do
compositor Euclides Pereira Rangel, foi um marco em sua carreira e
consolidou seu nome na cena musical. Durante sua trajetória, integrou
importantes grupos, como o Conjunto Esquema Quatro, de Astolfo Dutra,
e o Sambakana, de Cataguases. Ao lado de grandes músicos como Floriano,
Jussara, Renato Batista e Sudário, teve a honra de dividir o palco com
artistas de renome nacional, como Alcione, Clara Nunes, Noite Ilustrada,
Jair Rodrigues, Márcio Greyck e Belchior.
José Célio sempre demonstrou sua versatilidade
musical, sendo um grande intérprete de Clara Nunes, mas foi com seu
icônico personagem Ney Minas, inspirado em Ney Matogrosso, que
conquistou ainda mais o público. Seu carisma e sua presença de palco tornavam
cada performance inesquecível.
Além disso, fez parte do Sambulante, ao lado
de Elisa Nunes, contribuindo para o fortalecimento do samba em
Cataguases. Com sua humildade e talento, tornou-se um dos componentes dos Baluartes
do Samba, deixando um legado musical que jamais será esquecido.
José Célio foi mais que um cantor; foi um artista
completo, que emocionou gerações e marcou a história da música em nossa região.
Elisa Nunes – A Voz que Encanta
Cataguases
Elisa Nunes é um dos grandes nomes da música
cataguasense, uma artista de talento inquestionável que trilhou sua própria
jornada musical com autenticidade e paixão. Filha de Sô Emílio, um homem
dinâmico apaixonado por futebol e Carnaval, Elisa descobriu cedo seu dom para a
música. Sua primeira apresentação foi aos oito anos de idade, na Rádio
Cataguases, e logo passou a frequentar os programas de calouros na Sede
São Vicente de Paulo, onde percebeu que seu destino era cantar.
Inspirada por grandes vozes como Maysa, Ângela
Maria, Nora Ney, Miltinho e Altemar Dutra, Elisa desenvolveu seu próprio
estilo, marcado pela emoção e pelo romantismo. A virada para o samba veio com o
incentivo de seu irmão Tote, percussionista, que a convidou para
integrar um grupo musical. Assim nasceu Elisa Nunes e Seus Batuqueiros,
que fez sua estreia na Churrascaria Esteirão, a convite de Tito
Rodrigues. A partir daí, sua voz passou a dar vida a sucessos de Beth
Carvalho, Clara Nunes, Martinho da Vila e Roberto Ribeiro, consolidando-se
no cenário musical.
Com apenas 16 anos, Elisa já brilhava no Conjunto
Spala e, posteriormente, se apresentou no Clube Sírio Libanês, no
Rio de Janeiro. Enfrentou preconceito racial no Clube Social, mas isso
nunca abalou sua determinação. Seu talento seguiu brilhando, e ela se tornou a
cantora oficial do Sambulante, levando sua voz a inúmeras apresentações
memoráveis.
Em 2014, Elisa Nunes participou da gravação
do Hino Cataguasense, um projeto aprovado pela Lei Ascânio Lopes,
proposto por Emanuel Messias. Foi nesse momento que sua voz se encontrou
com outras grandes artistas da cidade, como Maria Alcina, Celeste Quirino, Anna Quintão e
o Grupo Aero, eternizando seu nome na história musical de Cataguases.
Com uma trajetória marcada pela resiliência, pelo
talento e pela entrega à arte, Elisa Nunes está, sem dúvida, entre as melhores
cantoras do Brasil. Seu legado é inspiração para gerações e um orgulho para
sua terra natal.
Olhar de mãe
Era um dia um tanto especial quando ela atravessou a Praça
Sandoval Azevedo, carregando nos braços seu único filho, com apenas 15 dias de
vida. Seus passos eram firmes, mas seus olhos, tão expressivos, transmitiam uma
mistura de amor, esperança e um sutil pedido ao universo. Quem a visse, tão
linda e serena, poderia jurar que ela conversava com o pequeno, embora não
houvesse palavras. Talvez ela estivesse depositando naquele instante todo o
carinho e cuidado que o futuro exigiria, como se, em silêncio, estivesse
moldando o homem que ele se tornaria.
Naquele olhar, havia um desejo profundo: que ele crescesse forte,
generoso, íntegro. Que fosse alguém capaz de ampará-la nos dias difíceis, assim
como ela, desde o primeiro instante, o amparava com todo o seu ser. E assim eu
o fiz. Durante seus 95 anos, estive ao lado de minha mãe, fiel, inabalável,
como se o laço formado naquele instante inicial nunca pudesse ser rompido.
Mesmo enfrentando desafios, mesmo que às vezes minhas
próprias escolhas me afastassem de oportunidades ou sonhos, eu nunca a
abandonei. Carreguei comigo um compromisso que ia além das palavras, algo
sagrado. Reconhecia a força de minha mãe, que, mesmo sendo solo, não hesitou em
procurar apoio e confiança em pessoas que pudessem ajudá-la a me criar e
educar. Era uma parceria silenciosa, de almas que se entendem sem necessidade
de explicação.
Ela me deu tudo o que tinha: amor, ensinamentos, coragem. E
eu só pude retribuí-la com lealdade, gratidão e uma presença constante. Não
houve arrependimentos, nem queixas, apenas o vínculo eterno de mãe e filho, uma
força que o tempo, a distância ou qualquer dificuldade jamais conseguiu abalar.
Não poderia terminar este texto sem falar do fotógrafo Pedro
Comelo que é merecedor de aplausos pela sensibilidade única de sua lente, que
captou algo mais profundo do que uma simples imagem: a essência do amor. Sua
fotografia eternizou o olhar de uma mãe para o seu filho, um olhar que fala sem
palavras, carregado de carinho, proteção e esperança. É preciso mais do que
técnica para registrar algo assim; é preciso visão, alma e uma conexão com o
momento. Pedro conseguiu transformar um instante em eternidade, revelando, em
uma só imagem, todo o universo que cabe entre uma mãe e seu filho.
* A crônica acima faz parte do meu livro O MENINO DO LARGO DO ROSÁRIO